SoundJCaldas

Bio


João Caldas (n. 1995) estudou com Eurico Carrapatoso na Escola de Música do Conservatório Nacional e com João Madureira, Luís Tinoco, Carlos Marecos e Carlos Caires durante a Licenciatura em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa.


Iniciou em 2019 um processo de criação de peças para solista sem partitura escrita, em que o instrumentista participa enquanto co-compositor. Desta abordagem resultou, entre outros, a peça murmúrios da terra (2021) para Gamba solo, que deu início ao projeto multidisciplinar murmuration, da música e artista Carolina Schwäbl-Martins.


Em 2021, a sua peça Apneia (2020) foi vencedora do 1º prémio da 10ª Edição do Prémio de Composição SPA / Antena 2, sendo estreada pela Orquestra Gulbenkian.


Em 2022, participa enquanto músico e compositor na Kantata do TectoIncerto, projecto político e comunitário pelo direito à habitação.


Para além da criação de obras orquestrais, camerísticas, e solísticas, tem vindo a dedicar-se à música/som para teatro (Enseada; Síndroma de Stendhal), instalações (Réplica), e cinema (Das Cabinet des Dr. Caligari; oficina Trabalho com Pedro Costa).


Actualmente, reside e trabalha em Colónia.

Sobre o trabalho

Procuro explorar a relação da criação musical com outras disciplinas artísticas (texto, teatro, dança, imagem em movimento, etc), aspirando a uma unidade sem recorrer a mimetismos — ou seja, reconhecendo e cimentando o espaço intersticial entre disciplinas, como um terceiro plano apenas possível enquanto resultado da dialéctica entre dois pontos.

Além disso, tenho vindo a procurar cada vez mais uma dinâmica de co-criação tanto com intérpretes, outros compositores, e criadores de outras disciplinas.

A investigação destas dinâmicas conduziu-me a um processo de criação diferente do convencional na música contemporânea: um processo colaborativo que questiona tanto os limites tradicionais entre compositor e intérprete como a importância da partitura para o conceito de obra musical.

Para comunicar as minhas intenções enquanto criador, procuro servir-me principalmente da comunicação direta e bilateral, tornando supérflua a partitura enquanto intermediária. Desta forma tenho descoberto possibilidades para trabalhar sobre aspetos que considero mais importantes na música e que resistem ao alcance da partitura, como o timbre, a proporção e o tempo subjetivo.

Nesta abordagem o ato criativo torna-se partilhado, uma vivência, e ato político e social, que reconfigura os papéis de autor e intérprete.

Percurso

2022

— Participa enquanto músico e compositor na projecto Kantata do Tecto Incerto, projecto político e comunitário com apresentações no Teatro Municipal São Luiz e na Casa da Achada - Centro Mário Dionísio.

— Trabalha como assistente musical em Hogarth Worldwide Düsseldorf.

— Participa com a peça murmúrios da terra no festival fünfzehnminuten em Colónia.

2021

— Vence com a peça Apneia o 1º prémio da 10ª Edição do Prémio de Composição SPA / Antena 2. Estreia pela Orquestra Fundação Calouste Gulbenkian.

— Participa na Oficina de Verão (duração de 19h) “Trabalho” do realizador Pedro Costa integrado no Festival Internacional de Documentário de Melgaço.

— Participa enquanto compositor, designer de som e performer (electrónica em tempo real) na peça Síndroma de Stendhal de Terrence McNally, programada no Teatro Baltazar Dias, Funchal.

— Compõe murmúrios da terra para Gamba solo, que dá início ao projeto multidisciplinar murmuration da música e artista Carolina Schwäbl-Martins.

— Cria peça de “Radio Art” Klangfluss

2020

— Participa enquanto músico no espectáculo UMPONTOTRÊS 13ª Residência de criação Compota com coordenação artística de Paula Pinto, realizada na Biblioteca de Marvila em Lisboa

— Compõe Apneia para orquestra sinfónica

2019

— Cria instalação sonora para a exposição Réplica de Sandra Casaca no Museu do Brinquedo de Torres Vedras.

— Participa enquanto co-criador do conceito, criador musical e sonoro, e performer (electrónica em tempo real) da peça de teatro Enseada de Miguel Castro Caldas, programada na 32ª Edição do Festival Gil Vicente, em Guimarães, e na temporada 2019-2020 do Teatro Nacional D. Maria II.

— Trabalha como assistente de produção do espectáculo Filhas do Fogo do realizador Pedro Costa e a orquestra de música antiga Os Músicos do Tejo, programada na Rayo - Festival de artes Visuales Expandidas na Cineteca de Madrid.

— Compõe A Sombra de Pitágoras para 1 percussionista. 1º projecto do processo de criação de peças para solista sem partitura escrita

2018

— Compõe Gesto de um Eclipse, para harpa solo, encomenda Antena 2 / RTP, na 32ª edição do Prémio Jovens Músicos.

— Trabalha enquanto assistente de composição do compositor João Madureira.

2017

— Cria e performa, em colaboração com Pedro Rodrigues e Lucas Xerxes Enquanto a Chuva, a partir de poemas de Mário Dionísio e Carlos de Oliveira. Apresentação na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio

— Compõe Como o Eco de um Grito para 8 vozes mistas no âmbito da 4ª Edição das Peças Frescas Açores com apresentação na Igreja do Colégio, Ponta Delgada.

— Participa com 2 canções originais no espectáculo Contador de Histórias para orquestra juvenil e coro infantil, produzida pela Escola de Música Nossa Senhora do Cabo com apresentação na Aula Magna de Lisboa.

— Compõe Um Estudo da Elipse - música para uma cena de Der Blaue Engel de Josef von Sternberg, para flauta alto, violoncelo, contrabaixo e piano. Apre

2016

— Compõe A Pedra de Sísifo para 2 percussionistas e pianista, editada e gravada em CD pelo mpmp - movimento patrimonial pela música portuguesa.

— Cria e performa, em conjunto com Pedro Rodrigues, música para o filme O Gabinete do Doutor Caligari de Robert Wiene. Apresentações na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio e na Cinemateca Portuguesa.

— Compõe rumor quase branco para flauta alto e guitarra. Apresentações em Lisboa e em Colónia.

2015

— Compõe Fragmentos de um Alvor para violoncelo solo. Seleccionada como peça obrigatória para o exame final do Bachelor de violoncelo da ESML. Com apresentações em Lisboa e Colónia.

— Participa enquanto músico na Leitura Furiosa 2015 em Lisboa.

— Compõe a partir do poema com o mesmo nome de Mário Dionísio O Maior Poema para clarinete, voz, violoncelo e piano. Primeira criação no âmbito do curso de composição na ESML com apresentações em Lisboa e Castro Verde.

2014 - 2020 — Trabalha como assistente musical de legendagem da programação musical da Fundação Calouste Gulbenkian

2013 — Enquanto pianista do Trio C3PO, vence 1º prémio do I Concurso Nacional de Música Gilberta Paiva (2013) na categoria Música de Câmara - Nível Médio.

2012 — Vence, como pianista do Trio C3PO, o 2º prémio na 26ª edição do Prémio Jovens Músicos, Antena 2 / RTP (2012) na categoria Música de Câmara - Nível Médio

2011 — Compõe e performa com Mariana Nunes 4 Canções Achadas para voz e piano, a partir de poemas de Mário Dionísio. Primeiro projecto de composição.

2011 - presente — Professor privado de piano e formação musical


Formação

2014 - 2020

Escola Superior de Música de Lisboa

Licenciatura em Música — Composição

Estudou com Carlos Caires, António Pinho Vargas, Luís Tinoco, João Madureira e Carlos Marecos.

2005 - 2014

Escola de Música do Conservatório Nacional

Estudos instrumentais (Piano - 8º Grau e contrabaixo - 3º grau); análise e técnicas de composição com o professor Eurico Carrapatoso; Formação Musical (8º grau).